Você é Resiliente ou Tenaz?
Segundo Chiaverini em seu livro “Tecnologia Mecânica II”, Resiliência é a capacidade de um metal absorver energia quando deformado elasticamente e devolvê-la, quando descarregado do esforço que provocou a deformação, e Tenacidade, é a capacidade do material deformar-se plasticamente e absorver energia antes da ruptura.
Traduzindo, na região de resiliência, um material recebe tensão e deforma apenas elasticamente, ou seja, não há deformações dimensionais permanentes no corpo, quando a tensão cessar, ele volta ao normal, como se nada tivesse ocorrido.
Já a região da tenacidade o material deforma plasticamente, ou seja, de forma permanente, assim, quando a tensão cessar ele não volta ao seu dimensional anterior, assimilando algum tipo de deformação permanentemente.
Transportando estes conceitos para o mundo corporativo pode-se dizer que um profissional resiliente é aquele que recebe tensão (pressão), mas não deforma plasticamente, mantendo sua forma original quando cessada a pressão, ou seja, não ultrapassa o “limite de escoamento”, o ponto “E” indicado em vermelho na figura que ilustra este texto.
O limite de escoamento é a fronteira entre a resiliência e a tenacidade, entre a deformação provisória (elástica) e a deformação permanente (plástica), da mesma forma que os materiais possuem cada um o seu, os profissionais também, cada um deve saber seu limite de escoamento, e avançar ou recuar de acordo com este conhecimento.
Os profissionais tenazes são muito atrativos para as empresas, eles suportam muita pressão e, avançam , avançam e avançam! Muitas vezes, bem além do seu ponto “E”, com isso, deformam plasticamente, isto significa mudanças permanentes na sua estrutura, traduzidas em divórcios, dificuldades de relacionamento com os filhos, uso de drogas, etc.
Mas há coisa pior? Sim, há. Notem na figura ilustrativa, que ao termino da região de tenacidade não há nada, apenas um espaço em branco, isto corre devido a tensão e deformação cessarem repentinamente, daí o gráfico acaba, ou seja, a tensão e deformação foram tão acima da tenacidade do material, que ele atingiu a sua “ruptura”, a analogia com a vida humana é direta, ruptura = morte.
Uns tem limites de escoamento elevados, outros baixos, da mesma forma ocorre com os limites de ruptura, o importante é que cada profissional saiba quais são os seus e, principalmente, saibam utilizá-los durante sua trajetória na vida corporativa, de forma a respeitar uma vida saudável e estruturada, pois um profissional sempre pode recomeçar, mas deformações permanentes e rupturas não têm volta.